* 15/4/1915 Rio de Janeiro, RJ
+ 04/4/1992 Jacareí, SP
Biografia
Cantor.
Nasceu no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro e foi criado no subúrbio de Lins de Vasconcelos. Fugiu de casa aos 12 anos, junto com o irmão mais velho, e passou a trabalhar como carregador de marmitas. Pouco depois, aprendeu o ofício de de sapateiro, passando a viver dessa profissão. Mesmo trabalhando, fez o curso secundário e passou a reunir-se com amigos, para serestas nas ruas do Méier e Lins de Vasconcelos. Em 1949, casou-se com Jurema Cardoso. Faleceu na cidade de Jacareí, interior de São Paulo.
Dados Artísticos
Nos anos 1930, começou a freqüentar serestas nos subúrbios do Rio de Janeiro, época em que conheceu seu grande amigo Jacob Bittencourt (Jacob do Bandolim). Aos 16 anos, em cabarés da Lapa e no Café Nice conheceu artistas como Grande Otelo e Sílvio Caldas. Foi uma das grandes revelações da chamada "Época de Ouro" da música popular brasileira, quando o rádio estabeleceu-se definitivamente como o grande veículo de massa para a música popular. Em meados dos anos 1930, as serestas passaram a ser reprimidas pela guarda noturna.
Por volta de 1935, foi levado por Almirante para cantar na Rádio Club do Brasil. Passou então a se apresentar naquela emissora e, em seguida, foi para a Rádio Guanabara, levado desta vez pelos compositores Cristóvão de Alencar e Nássara para cantar no programa de Luís Vassalo. Os dois o haviam conhecido durante uma seresta, em Vila Isabel. Cantou ainda no programa dos irmãos Marília e Henrique Batista na Rádio Educadora. Em 1938 gravou o primeiro disco, pela Columbia, interpretando os sambas "Mulher, toma juízo", de Ataulfo Alves e Roberto Cunha e "Favela dos meus amores", de Roberto Cunha. No ano seguinte gravou o samba "Mãos delicadas", de Roberto Martins e Eratóstenes Frazão e a valsa "Duas sombras", de Roberto Martins e Jorge Faraj.
Em 1940 passou para a gravadora Odeon onde estreou acompanhando o acordeonista Antenógenes Silva no samba "Pode bater coração", de Antenógenes Silva e Ernâni Campos. No mesmo ano, gravou o samba "Não te dou perdão", de Jaime Florence e Roberto de Andrade e a marcha "E foi assim", de Darci de Oliveira e Benedito Lacerda. Gravou ainda no mesmo ano, entre outras músicas, os sambas "Graça a Deus", de Roberto Martins e Osvaldo Santiago e "Melodia do amor", de Roberto Martins e Mário Rossi e os frevos canção "Segredos" e "Nunca mais", do pernambucano Felinto Nunes, o Carnera. Em 1941 gravou de Ary Barroso a marcha "O passo do vira" e de Ary Barroso e Álvaro Carvalho, o samba "ela vive chorando". No mesmo ano, registrou de Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado e Luiz Batista Jr, a valsa "Feliz trovador" e o fox canção "o meu romance de amor" e da dupla Roberto Martins e Mário Rossi, o fox canção "Adeus" e a valsa "Um sonho para dois". Em 1942 seguindo a onda dos sambas patrióticos do período de guerra gravou "Brasil gigante", de Cristovão Alencar e José Silva. No mesmo ano alcançou destaque com a valsa "Algum dia te direi", de Cristovão de Alencar e Felisberto Martins, um dos grandes sucessos de sua carreira. No ano seguinte, registrou entre outras composições, os sambas "Quem é o dono do baile?", da dupla Cristovão de Alencar e Alcebíades Nogueira e "É triste a gente querer", de Pedro Caetano e Claudionor Cruz. Por essa época, fazia grande sucesso e suas gravações se sucediam, num momento em que ainda não havia o LP. No mesmo período, gravou da dupla Roberto Martins e Mário Rossi, o fox canção "Madrigal" e o samba "Ana Maria".
Em 1945 gravou dos pernambucanos Nelson Ferreira e Sebastião Lopes o frevo canção "Qué matá papai Oião?" e fez sucesso com a valsa "Prece à lua", de Alcebíades Barcelos e Armando Marçal. No mesmo ano, passou a gravar na Victor, onde estreou cantando o samba "Como é que eu fico", de Mário Lago e Newton Teixeira e a canção "Era uma vez", de René Bittencourt. No ano seguinte gravou de Badu e Carlos de Souza os sambas "Tudo acaba, tudo passa" e "Vai embora". Em 1947 gravou de Felisberto Martins e Henrique Mesquita o samba "Natureza bela!", considerado o primeiro samba - enredo na discografia da música popular brasileira. O samba concorreu ao concurso oficial de Escolas de Samba, em 1936, pela Unidos da Tijuca, segundo Hiram de Araújo e Amaury Jório em "Escolas de Samba em desfile - Vida, paixão e sorte". Em 1948 gravou com sucesso o samba "Rosa Maria", de Aníbal Silva e Eden Silva. Neste mesmo ano, passou a atuar na Rádio Nacional. No ano seguinte gravou de Roberto Martins e Ari Monteiro o samba "Cabrocha" e a valsa "Dolores".
Em 1950, foi para a Rádio Tupi onde trabalhou até se aposentar, vinte anos depois. No mesmo ano gravou de Ismael Silva o samba "Meu único desejo". No ano seguinte lançou de Benedito Lacerda e Mário Rossi o samba "Cigarra noturna" e a valsa "Nua". Em 1952 gravou de Roberto Martins e Ari Monteiro o baião "Me deixa chorar" e de Noel Rosa, o samba "Até amanhã". Nesse mesmo ano gravou uma série de músicas dedicadas a datas festivas como as valsas "Dia das mães", de Roberto Martins e Ari Monteiro, "O dia da criança" e "Feliz páscoa", as duas últimas de Irani de Oliveira e Ari Monteiro. Em 1953 gravou de Nelson Cavaquinho e Sílvio Trancoso o samba "Não tenho inveja". No ano seguinte foi contratado pela gravadora Copacabana onde estreou com o samba "Castelo no morro", de Aldacir Louro, Izaulino e Mendonça e a marcha "Eu, Nero e Casanova", de Ari Cordovil, Buci Moreira e Salvador Miceli.
Em 1955, gravou com sucesso o samba "Recordar", de Aldacir Louro, Aluísio Marins e Adolfo Macedo, e que foi escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares sambas do carnaval daquele ano. Em 1957 gravou a valsa "Nossa Senhora Aparecida", de Antenógenes Silva e Léa Silva. E no ano seguinte, a clássica valsa "Branca", de Zequinha de Abreu e Duque Abramonte. Em 1959 lançou pela Copacabana o LP "Gilberto Alves e o samba", no qual interpretou entre outras músicas, "Carta de ABC", de Gordurinha, "Força do perdão", de José Sacomani e Jorge Martins e "Gavião calçudo", de Pixinguinha. Em 1960 fez sucesso com os sambas "Pombo correio", de Benedito Lacerda e Darci de Oliveira e "Lanterna na mão", de Elzo Augusto, José Saccomani e Jorge Martins. No mesmo ano, gravou com a cantora Cleide Alves as músicas natalinas "Noite de paz", de F. X. Gruber e J. Mohr e "Natal de Jesus", de Blecaute.
Em 1962, gravou o LP "Gilberto Alves de sempre", interpretando entre outras, "Casa de caboclo", de Luiz Peixoto e Hekel Tavares, "Gosto que me enrosco", de Sinhô, "Taberna", de Lupiscínio Rodrigues e "Tu passaste por este jardim", de Alfredo Dutra e Catulo da Paixão Cearense. Em 1968 lançou pela Copacabana o LP "E as valsas voltaram", no qual interpretou entre outras, "Santa Therezinha", de Antenógenes Silva, "Silêncio", de Marçal e Bide, "Branca", de Zequinha de Abreu e "Prece à lua", de Marçal e Bide. Ao longo dos anos 1960 e 1970, embora sem o sucesso anterior, prosseguiu a carreira artística apresentando-se em emissoras de rádio e televisão e também em churrascarias. Seus últimos anos de vida foram passados na cidade do interior paulista de Cesário Lange, onde apresentou programas de rádio e participou de shows e serestas.
Fonte de pesquisa: http://www.dicionariompb.com.br
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Álbum: Série BIS Cantores Do Rádio - Gilberto Alves - CD 01
Intérprete: Gilberto Alves
Ano/Gravadora: (2000) Copacabana/EMI Music 529647 2
Acervo: Bruxinha
Fonogramas CD 01
01. Pombo Correio
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Darcy de Oliveira - Benedito Lacerda)
02. Linda Flor Que Morreu
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Jota Soares - Capitão Furtado)
03. Graças A Deus
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Oswaldo Santiago - Roberto Martins)
04. Uma Grande Dor Não Se Esquece
Compositor(es): (Antenógenes Silva - Ernani da Costa Campos)
05. Adeus
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Mário Rossi - Roberto Martins)
06. Brasil Gigante
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Christóvão de Alencar - P. Pinheiro)
07. Quem Pode Esquecer
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Antenógenes Silva - Ernani da Costa Campos)
08. Sandália De Prata
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Castro Perret - Genival Lacerda)
09. Amar A Uma Só Mulher
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Sinho)
10. É Só
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Jota Júnior - Fernando Luz)
11. Balaeiro
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Norival Reis - José Bezerra)
12. Meu Consolo É Você
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Nassara - Roberto Martins)
13. Teu Castigo
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Lacy Martins)
14. Bibelot De Cristal
Intérprete: Gilberto Alves
Compositor(es): (Mário Rossi - Pernambuco)
Fonte de pesquisa: http://www.memoriamusical.com.br